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Pela primeira vez em sua história, a Avaliação Nacional de Vinhos incluiu no regulamento os Vinhos de Inverno, resultantes da técnica da dupla poda. A novidade foi divulgada pelos canais oficiais do concurso e pela mídia especializada. Trata-se do reconhecimento da Associação Brasileira de Enologia (ABE) às novas fronteiras vitícolas nacionais. O anúncio foi celebrado com bastante entusiasmo pela direção da Associação Nacional de Produtores de Vinho de Inverno (Anprovin) e pelos proprietários, enólogos e funcionários das vinícolas associadas à entidade. A mudança ocorreu nesta temporada de 2022.

Para o diretor de marketing da Anprovin, Marco Antonio Carbonari, essa alteração adotada pela ABE demonstra que os produtores de Vinhos de Inverno no País alcançaram um nível de excelência que não se pode ser ignorado. “Se alguém ainda tinha dúvidas sobre a qualidade de nossos vinhos, essa situação deveria ser imediamente revista”, acentua Marco Antonio Carbonari.

Ele reforça que esse estágio de qualificação só foi possível por conta de um somatório de esforços da cadeia produtiva, desde a qualificação da mão de obra no campo, as técnicas cada vez mais modernas de vinificação e o fortalecimento dos gestores e das entidades, nos ambientes público e privado.

“A Anprovin é a mola propulsora de todo esse fenômeno”, resume Marco Antonio Carbonari, diretor de marketinga da associação.

Marco Antonio Carbonari é diretor de marketing da Anprovin.
Marco Antonio Carbonari é diretor de marketing da Anprovin.

No material oficial divulgado em sites, blogs e redes sociais, a ABE informa que a grande mudança da 30ª edição do concurso está na Categoria 6, dos Vinhos Tintos, que era dividida em dois grupos: A dos Tintos Varietais e B dos Tintos de Corte.

Agora, informa a ABE, cada grupo passa a ter dois sub-grupos: o dos Vinhos de Colheita 2022 e o dos Vinhos de Colheita 2021, desde que a partir de junho do mesmo ano. A ABE reforça: “são vinhos elaborados com uvas de regiões tropicais ou obtidas através do sistema de dupla poda”. Isso signfica que a partir deste ano, vinícolas que estão localizadas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, onde foi adotado a colheita de Inverno ou dupla poda, poderão inscrever amostras da vindima de 2021.

O presidente da ABE, o enólogo André Gasperin, explica que esta alteração vem ao encontro dos anseios da entidade de poder avaliar a representatividade do vinho brasileiro de todas as regiões produtoras.

“A Avaliação se tornou o verdadeiro termômetro da produção nacional, servindo, inclusive, de ferramenta para novos investimentos, apontando tendências, mostrando resultados. E nós, enólogos do Brasil, temos o dever de acompanhar tudo isso e se adaptar ao mercado, que muda constantemente. Discutimos cada situação nos mínimos detalhes do ponto de vista técnico e entendemos que diante deste novo formato, vinícolas de todo o País podem participar desta que é a maior degustação de vinhos de uma safra do mundo. O Brasil vitivinícola ampliou suas fronteiras e toda essa representatividade precisa estar na Avaliação”, destaca.

A Avaliação Nacional dos Vinhos é considerada o mais importante momento do vinho brasileiro. Depois de dois anos no modelo virtual, em razão da pandemia da Covid-19, o evento voltou a ser presencial.

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